quarta-feira, 16 de março de 2011

O CARRINHO DO RONALDINHO

O papo agora é a entrada do Ronaldinho no goleiro tricolor. O fato é que Ronaldinho não "entrou" no goleiro. A bola estava a meio caminho entre o goleiro e o atacante. Como diria o careca soviético, quê fazer? Desistir do lance e deixar a bola sobrar pro goleiro? Partir pro lance e definir a jogada - exatamente como o Bebeto fez contra o Inter na final do Brasileirão de 1987? Qualquer jogador de raça faz o que o Bebeto, o Ronaldinho fizeram. Futebol é jogo de contato e sem dúvida o corpo de um esbarrou no do outro. O carrinho de Ronaldinho foi parecido com o carrinho do goleiro tricolor, ambos na mesma direção, mas em sentidos contrários. Se Ronaldinho desiste do lance, pára no meio do caminho e o carrinho do goleiro o atinge seria tão somente acidente de jogo e vida que segue. Em que parte do corpo o médico "assistiu" o atleta tricolor? Nenhum, porque era tão só encenação. Farsa não define lugar (lembram do goleiro chileno e da fogueteira?). Não fosse Ronaldinho o autor da jogada não haveria grita. Mas Ronaldinho é o cara que consegue matar a bola que vem lá de cima do morro. Ele não alça o pé e desce com a bola. Feito um deus ele espera a bola chegar até o seu pé e, só então, a paralisa, dando de fato sentido à expressão "matar" a bola. A bola "morre" amestrada sobre o seu pé. Que outro jogador faria tal jogada? Pensem em um, que eu não consigo pensar em ninguém. Os outros deixariam a bola quicar, protegeriam o espaço e, só então, se arriscariam à matada. Ronaldinho faz, exatamente como Roberto Carlos que foi 2 vezes expulso dos jogos do Corinthians, ou Wagner Love que se encheu de cartão amarelo em seu início tanto no Flamengo quanto no Palmeiras. Jogadores que vem da Europa, onde o futebol ainda é o violento esporte bretão, para o Brasil, onde o futebol toma ares de brincadeira de boneca.

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