domingo, 27 de dezembro de 2009

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

AINDA

Ainda que tenha enorme força quando expressa, diante do espetáculo épico a palavra passa a ser mero adorno. O hexa foi a celebração dos sentidos. Nenhuma linguagem que lhe impusesse qualquer ordem. Quem era de ver, viu. Quem era de gritar, gritou. Quem era de chorar, chorou. Quem era de abraçar, abraçou. Pior jogo é o que se ganha na véspera. A festa do hexa começou no domingo anterior. Uma semana inteira de festa que, no entanto, foi suspensa ao começar o jogo - como se a festa pudesse se ausentar exatamente na sua hora. A comemoração tornou-se ansiedade, o calor se fez frio. Em briga com bêbado qualquer pontapé que se leve é derrota iminente. Quando o time bêbado do Grêmio fez o gol, os que tinham a premonição ergueram o invisível cartaz televisivo de eu já sabia. Ao contrário dos que só olhavam aonde o medo apontava, eu não tirava os olhos da grande área do time gaúcho. Era ali que o milagre do gol ia se realizar. O que eu vi o Adriano não viu. Enquanto o David pegava a sobra com uma porrada de direita, o Adriano pedia ajuda a Sua Senhoria. O gol era insuficiente, claro, mas era a certeza de que todo milagre precisa de esforço e chance. Na hora em que o Andrade ia botar o chileno no lugar do sérvio, emendei de primeira o melhor palavrão do repertório. Quem bem batesse falta e escanteio era essencial naquele momento, a menos de meia hora do fim. Pet em verdade não bateu o escanteio inesquecível, mas sublinhou aquela história do João Cabral em que o craque dá ao pé a malícia de mão. Ronaldo, fenômeno do agreste, esperou Pet correr para a bola antes de se aproximar da pequena área. Com isso livrou-se da marcação adversária. O zagueiro próximo à primeira trave correu, não em sua direção, mas em direção à bola buscando a antecipação. Ronaldo, fenômeno da Gávea, como quem antevê a trajetória da bola, finalmente sobe, livre, de encontro ao brinquedo de couro, alquimista a tornar tudo à volta em ouro. Dali até o apito final não sei quanto tempo passou, dois dias talvez, tempo suficiente para eu carregar durante toda a semana a mais doce e santa rouquidão.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Eu teria um desgosto profundo se faltasse o Flamengo no mundo.

Além de ser o verso mais belo da língua portuguesa, é também uma verdade inescapável.

NAÇÃO DO MEU CORAÇÃO

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

PRA CIMA DELES, MENGO!

Esse papo chato de ansiedade. Jogo se ganha com vontade, atitude, entusiasmo. Jogo se ganha com Adriano, Pet, Zé Roberto. Conversa fiada esse papo de que é preciso atacar, mas na boa, sem ser atacado. Futebol é aquela velha hostória do cobertor curto: se cobre o pé, não cobre a cabeça. Ganhar sem jogar é coisa de parasita. É faca entre os dentes, é fúria nos olhos. Não importa o adversário, importa nossa vontade de ganhar!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

PEGA A CHUPETA

A aritmética é como aquela mulher que não entende coisa alguma de futebol mas sempre dá palpite. Quando o palpite era o de 1% de chance de levantar o caneco, não lembro de choro porque o Coríntians mandou a campo um time reserva e o Internacional ganhou o jogo com aquele golaço do Nilmar que, se não fossem as tabelinhas de Pet com Adriano no Maraca contra o Coritiba e a de Diego Souza com Deus no último domingo, seria o gol mais bonito do campeonato. Ponto corrido todo jogo é decisivo. O choro colorado tem um quê hilariante, lembra o divertidíssimo e inesquecível chororô alvinegro. Se sentirem algo estranho durante a partida acionarão o Ministério Público. Imagino a Mãe Dinah sendo chamada a identificar a estranheza das vibrações. Eu, fosse dirigente do Grêmio, exigiria luta do início ao fim, mas exigiria também ao técnico que escalasse no gol um anãozinho de circo para evitar qualquer problema.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009