sábado, 7 de julho de 2012

F L A F L U

O Flaflu é tão clássico quanto os Irmãos Karamazov. O jogo mais cheio de cor, aquele que recebeu o maior público já registrado na história entre times, o que mais caracteriza uma cidade. A invenção silábica de Mario Filho foi a consagração definitiva. Houve Flaflus memoráveis. O Flaflu da Lagoa e o Flaflu de 63. O Flaflu do gol de mão e o do de barriga. Os Flaflus de Zico, sobretudo o em que o Galo fez 4 gols, e ainda o de sua despedida dos gramados (em que nos presenteou com uma de suas mais admiráveis cobranças de falta). Os Flaflus de Washington & Assis, o Flaflu do Carpeggiani (o gaúcho fez chover naqueles 4x0). O Flaflu do Cássio Sobrenatural de Almeida, como o teria chamado Nélson Rodrigues, em que a bola fingiu que ia mas não foi e no entanto acabou indo. O Flaflu do Botinelli, ainda outro dia. O Flaflu que sai do jogo e atravessa nossa vida. O Flaflu em que conheci a namorada italiana (usava uma camisa do Flu, que aceitou tirar e substituir, depois do jogo, pela do Flamengo que lhe dei de presente). Ou o Flaflu em que briguei com o amigo de infância tricolor (não deu tempo de fazer as pazes: ele saiu de campo antes do tempo regulamentar e foi assistir aos Flaflus que se seguiram lá em cima, no lance mais alto das arquibancadas, ao lado dos irmãos Rodrigues).

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