quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ECOS DO JOGO EM FLORIPA

Está virando tabu flamengo falar de arbitragem. Arbitragem é parte sig-ni-fi-ca-ti-va do jogo e deve obviamente ser comentada. Os caras são, em geral (e arquibancada também), fracos pra kct. Têm de ser olhados com o rigor que se olha um jogador coadjuvante. Os erros apontados com clareza e autoridade - exatamente como o erro de uma dessas barangas que vestem uniforme de time grande e se exibem com futebol de time de 3ª divisão. Chorar resultado é coisa que flamengo não faz. Nossa cultura é outra. 2 + 2, na Gávea, sempre são 4. Em um jogo de menos de 40 faltas, quase meio a meio (foram 20 x 18), um lado receber 6 cartões amarelos e o outro nenhum provoca um evidente espanto. Que critério foi usado? Violência não houve. Critério, no Brasil, é matéria subjetiva. Um deixa o jogo correr, outro pára o jogo todo o tempo; um é comedido na palavra e nos gestos, outro é eloquente e fanfarrão. O juizinho careca de domingo passado é fraco. Um mau árbitro. Ninguém tem aquela cara impunemente. Se entramos no movediço terreno da psicanálise, dele saiamos logo. É o tipo de "autoridade" que fala o que quer, e geralmente tende a querer muito, e não gosta de ouvir coisa alguma (todos temos boas histórias sobre Suas Senhorias, confere?). O careca é o tipo do cara que provoca uma reação para depois punir esta reação que provocou com a sua autoridadezinha de aluguel. A mesma performance da Autoridade que me leva ao ítem abaixo.

O lateralzinho de time menor que o Flamengo conduziu à seleção na época em que seleção era para os maiores. Na coletiva exerceu seu direito de comentar a parte do jogo que lhe interessava. Todos os "professores" assim o fazem. Mas foi além. Disse que já esteve lá e sabe que queremos o poder. O cara lembra o que o Embaixador Talleyrand disse dos Bourbons quando esses voltaram ao poder depois da queda de Napoleão: "não aprenderam nada, não esqueceram nada". O professorzinho lá deles deu-nos há pouco a mostra de o que entende por poder. Lembremos, ainda que com sarcasmo, sua atuação como braço direito do Dunga na fracassada Copa de 2010. Nosso poder é de outra substância. Nossa grandeza é que confere o caráter de nosso poder. Não o vão poder de mandar e desmandar como performance. Nosso poder foi consubstanciado no tempo, se fez tradição. O poder desses caras se impõe na canetada, no rabo preso com o mandantezinho da hora. Nossa força vem exatamente do que não é imposto. Repetimos com o Corisco daquele filme do Gláuber, "mais fortes são os poderes do povo".

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