domingo, 21 de fevereiro de 2010

BARRADOS NO BAILE

No mínimo é estranho vestir o manto sagrado e, enquanto rola a decisão no Maraca, ficar soltando pipa no Aterro. Não estou acostumado a ficar de fora da festa. Andrade fez a análise correta: parecia futebol inglês. O problema é que Andrade não disse que o time dirigido por ele foi um dos responsáveis pela anglinização do jogo. Falou como quem busca o álibi e deixa a culpa pro outro. Há uma grita geral, e também arquibancada, contra a defesa. Difícil arrumar defesa quando as laterais são sub-ocupadas. Leo Moura não marca ninguém, Juan às vezes tenta. Os volantes correm muito e para todo lado, os zagueiros são ambos lentos. Qualquer timezinho faz gol no Flamengo. Andrade não sabe o que fazer, ou não tem peito pra fazer o que sabe que deve fazer. Angelim tem peito. Disse publicamente algo a respeito. Mas Angelim tem peito e ética: só disse a respeito de si mesmo. Em todo o desenrolar da Taça Gb o time mostrou jogo após jogo os mesmos defeitos e as mesmas qualidades. A surpresa era saber quando o ataque faria menos gol do que sofreria a defesa. Mas vamos combinar que um time não é peça de açougue que dá pra dividir na boa. Um time é um conjunto, um sistema, não é tão somente a defesa, o meio de campo, o ataque. O cobertor é curto pro jogo, time ofensivo não cobre a cabeça. Este time joga no contra ataque. Se parte pra cima fica acéfalo, cabeção de fora. Joel fez o que dava pra fazer: o time dele era inferior, armou forte bloqueio e rezou pro hermano lá escorar alguma bola à feição de um chute salvador. Wagner Love perdeu muita chance de gol. Estava com fome, deu pra notar, mas parecia não muito concentrado na tarefa de artilheiro. Quer dizer, o artilheiro funcionou no carnaval, conforme é de direito de todo mundo, mas no campo foi um fiasco. Ok, que hoje saia um vice preto-e-branco do Maraca, a cor de campeão a gente acrescenta no final.

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