terça-feira, 2 de junho de 2009

Uma re-estréia com 2 gols e 5 quilos a mais é tarefa de ídolo. Há quanto tempo o Flamengo não tinha? Talvez Romário. A pele inquestionavelmente rubronegra, mas Romário era volúvel demais: capaz de beijar mais de um escudo da cidade onde nasceu. Petkovic aqui não nasceu, mas não chegou a ser ídolo, embora tenha feito gol de ídolo, o maior dos gols. Não há mais esta lacuna na Gávea, ou no Maracanã. O tempo é outro, há Adriano. No 1º gol tanto o zagueiro de branco quanto o goleiro de preto queriam se antecipar a Adriano. Fosse outro atacante, o zagueiro saia jogando. Mas era Adriano. Fosse outro atacante, o goleiro esperava dentro do gol. Mas era Adriano. Alguns idiotas da objetividade, conforme os batizou a grande alma rubronegra de Nélson Rodrigues, só enxergam contradição onde o que há é o óbvio ululante: dizem os tais que quando se reclamava da falta de atacante, o time só fazia gol contra. Comparar este 1º gol do Adriano aos gols do zagueiro do Botafogo na série de jogos decisivos do Carioca é não prestar atenção ao trabalho. Quantos jogadores havia na área nestes gols? Só do Flamengo 7, agora acrescentem os do Botafogo e vai ter mais gente do que na cabine dos irmãos Marx naquele filme. A bola bate num e entra. No 1º gol do Adriano havia na área o Adriano. E Adriano nunca está só: sua sombra assusta. Aonde Adriano vai carrega consigo sua sombra de artilheiro. O 2º gol foi de uma simplicidade de que já tínhamos nos desacostumado. Os gols de cabeça eram tarefa de luta na área e cabia aos que vinham de trás, o grande Capitão e o grande Angelim. O tempo mudou. No um contra a zaga agora tem a firmeza do artilheiro, a malícia de se projetar na 1ª trave e, enquanto a bola desce, partir decidido pra 2ª. Só Júlio César pegava. Pensando bem, talvez nem Júlio César. Mas este é um outro jogo, jogo de Imperadores.

Um comentário:

William disse...

Adriano neles!