Meu avô tem 80 anos. Ivo Machado é seu nome. Talvez seja a pessoa com quem mais eu aprendi. Ontem jantamos juntos e transcrevo nossa conversa.
O principal responsável por eu ser Flamengo foi o ambiente rubro-negro da casa, o meu pai, o senhor, depois veio o Romário e a certeza que eu era de fato rubro-negro. E a sua experiência?
Eu simpatizava com o Flamengo e comecei a ser de fato rubro-negro no jogo de botão. Sempre escolhia ser o Flamengo. A certeza veio com o 1º tri-campeonato. Aí comecei a me interessar, comprei no ano seguinte o livro do Mário Filho sobre o Flamengo, da Editora Pongetti, comecei a frequentar os jogos.
Esse 1º tri-campeonato. O gol do Pet, do 4º tri, também um estrangeiro, também no finzinho como o gol do Valido, foi mais emocionante do que aquele?
O gol do Valido foi mais emocionante. Ouvi o jogo num rádio de galena. Ainda lembro do lance: uma arrancada irrepreensível do Vevé pela esquerda, debaixo de cacetada, o centro pra área, o esforço do Valido, que estava febril, subiu com a zaga alta do Vasco e testou firme. Lembra mais o gol, também emocionante, do Rondinelli.
O senhor jogava bola?
Na escola, era ala no futebol de salão. Depois, o tratamento de bronquite me fez jogar só umas peladas de vez em quando.
Que jogadores foram os mais marcantes que já vestiram o manto sagrado?
Dida, Evaristo, Domingos da Guia que foi o maior zagueiro que já vi jogar, o center-half Fausto que era brilhante, Leônidas da Silva um artilheiro fabuloso, talvez o mais tácnico tenha sido o Geraldo que morreu muito novo numa operação de amigdalas, e claro Zico, mas o que mais me entusiasmou foi o Zizinho, um jogador completo que unia malandragem, força e talento.
Houve algum técnico?
Fleitas Solich, entendia de futebol e sabia lançar a garotada. Foi quem lançou o Zico.
O melhor time?
O mais técnico foi o time campeão do mundo, um time perto da perfeição. Mas o mais vibrante foi o time do Evaristo do 2º tri.
Alguma saudade?
Talvez a diversão insubstituível que era ver os duelos de Biguá e Chico; Biguá era um índio que o Flamengo trouxe, um cafuso com muito sangue, muita vibração, de uma vitalidade que mesmo hoje quando o futebol é só combate fica difícil encontrar igual, o Chico era um ponta habilidoso do Vasco. Ou mesmo contra o Flamengo, as gargalhadas que o Garrincha arrancava da arquibancada quando fazia o Jordan de seu mané preferido.
O principal responsável por eu ser Flamengo foi o ambiente rubro-negro da casa, o meu pai, o senhor, depois veio o Romário e a certeza que eu era de fato rubro-negro. E a sua experiência?
Eu simpatizava com o Flamengo e comecei a ser de fato rubro-negro no jogo de botão. Sempre escolhia ser o Flamengo. A certeza veio com o 1º tri-campeonato. Aí comecei a me interessar, comprei no ano seguinte o livro do Mário Filho sobre o Flamengo, da Editora Pongetti, comecei a frequentar os jogos.
Esse 1º tri-campeonato. O gol do Pet, do 4º tri, também um estrangeiro, também no finzinho como o gol do Valido, foi mais emocionante do que aquele?
O gol do Valido foi mais emocionante. Ouvi o jogo num rádio de galena. Ainda lembro do lance: uma arrancada irrepreensível do Vevé pela esquerda, debaixo de cacetada, o centro pra área, o esforço do Valido, que estava febril, subiu com a zaga alta do Vasco e testou firme. Lembra mais o gol, também emocionante, do Rondinelli.
O senhor jogava bola?
Na escola, era ala no futebol de salão. Depois, o tratamento de bronquite me fez jogar só umas peladas de vez em quando.
Que jogadores foram os mais marcantes que já vestiram o manto sagrado?
Dida, Evaristo, Domingos da Guia que foi o maior zagueiro que já vi jogar, o center-half Fausto que era brilhante, Leônidas da Silva um artilheiro fabuloso, talvez o mais tácnico tenha sido o Geraldo que morreu muito novo numa operação de amigdalas, e claro Zico, mas o que mais me entusiasmou foi o Zizinho, um jogador completo que unia malandragem, força e talento.
Houve algum técnico?
Fleitas Solich, entendia de futebol e sabia lançar a garotada. Foi quem lançou o Zico.
O melhor time?
O mais técnico foi o time campeão do mundo, um time perto da perfeição. Mas o mais vibrante foi o time do Evaristo do 2º tri.
Alguma saudade?
Talvez a diversão insubstituível que era ver os duelos de Biguá e Chico; Biguá era um índio que o Flamengo trouxe, um cafuso com muito sangue, muita vibração, de uma vitalidade que mesmo hoje quando o futebol é só combate fica difícil encontrar igual, o Chico era um ponta habilidoso do Vasco. Ou mesmo contra o Flamengo, as gargalhadas que o Garrincha arrancava da arquibancada quando fazia o Jordan de seu mané preferido.
19 comentários:
Mto bom. É mais do q um prazer, é uma honra ser rubro negro!
Parabéns. Belo post.
Espero um dia poder conversar sobre isso com meu filho, neto...
Saudações Rubro-Negras!
www.flagol.blogger.com.br
Uma aula de Flamengo.
Uma aula de como ser Flamengo.
Rubro-negros passando de geração em geração. Nossa tradição é nossa força.
Muito bom. Lá em casa meu avô e meu pai são tricolores, eu preferi seguir meu tio e ser Flamenguista. Abção
adorei o texto! É esse tipo de emoçao e paixao que mantem o espirito verdadeiro do futebol
muito bom o texto.
o IVO é um grande torcedor DO MENGÃO.
NE EPOCA DELE DAVA GOSTO DE ASSISTIR JOGOS DO MENGAO, POIS O FLAMENGO TINHA TIMÃO, HOJE EM DIA É UMA M.... VER JOGOS DO FLAMENGO.
MAS EU SEMPRE VEJO OS JOGOS.
Tenho em mente uma grande história a ser contada sobre o Flamengo, minha eterna paixão. Sim, é o futebol o instrumento em que posso melhor trabalhar, pois considero que nasci para jogar bola .Assim como meu avô, já me emocionei muito ao ver o Flamengo em campo com times que acho inferiores a estes citados por ele, porém não inferiores em se tratando de raça, fibre e empenho. Passei o maior tempo de minha vida jogando bola aqui no famoso ``campinho´´ do quintal da casa dos familiares, dava para bater uma bolinha legal, tá certo que não era aquele futebol de primeira, este que realmente dá gosto de jogar, o entusiasmo,meu ego, o orgulho, a emoção, o talento, a tentativa em ser brilhante e tentar botar o gênio em evidência.
vlw
Uma delícia de papo, uma delícia de post. Valeu, Leandro!
show de bola
saudações rubro-negras
Religião é fé, tradição, doutrina. Tudo q o Flamengo tb é. Parabéns pela postagem.
Isso aí: tem alguém q olha por nós!
Abraço, saudações rubro-negras!
Muito boa a conversa. A tradição de ser Flamengo. Leônidas, Zizinho, Dida, Zico, Romário, avô, pai, filho, neto. Uma vez, sempre!
Desse cara não espero nem cobro sinceridade .Meu avô , meu maior amigo É raiz .
Terça-feira tem Zico no Maraca. Leva seu avô, pra ele matar a saudade do Zico. Eu irei...Abção
blz de postagem, Leandro!!!
Invejo ele por ter visto os maiores de todos os tempos jogando no flamengo.Espero que o meu mengão volte a apresentar o futebol que consagrou esse manto que tanto nos orgulha e que nos dá prazer de vestir.
Saudações Rubro-negras e palmar para o blog!!
EXCELENTE!
Mto boa essa conversa. E q venham mais são os meus votos de feliz ano novo!
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