domingo, 29 de julho de 2012

ressuscita cadáver

Dos 12 últimos pontos disputados, 11 foram perdidos. O único ponto ganho foi em casa contra um dos lanternas. A receita é de rabeira da tabela.  Ainda que no início, o campeonato é o perigo que ronda. O bambi natimorto ressuscita. O Flamengo hoje é o milagroso bando que ressuscita qualquer time. O próximo passo é o desespero. Portanto tem de haver cuidado com o próximo passo. Calar é melhor do que toda vaia. Ficar quieto é melhor que todo gesto de indignação. Um minuto ao menos de silêncio é o necessário recuo para pensar o que fazer.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

P E R I G O

Adryan e Matheus sabem jogar. A bola chega até eles e não pensam logo em se livrar dela. Pensam a melhor jogada, arriscam. São habilidosos. Mas ainda não estão prontos. Caso o time estivesse pronto, ambos certamente jogariam bem. Mas o time é um horror. É menos time do que bando. Quem devia jogar bem está jogando pessimamente. Leonardo Moura, Ibson, Renato Abreu, Wagner Love disputam um campeonato paralelo de quem joga menos. Esse Flamengo leva sufoco de um time qualquer formado às pressas na esquina. Qualquer esquina. Até de Brasília, onde não há esquinas. São 16 pontos em 12 jogos. A maior parte dos adversários foi da parte de baixo da tabela. Essa toada não leva a um bom final.

terça-feira, 24 de julho de 2012

E A BAGUNÇA, ACABOU?

Bái-bái, Déri-Déri. Era uma morte anunciada. Faltava um nome à disposição no volátil mercado brasileiro. A coincidência foi o dia seguinte a outra má atuação. Teve gente que achou que o time jogou bem. O fato de os 2 times jogarem mal deve ter confundido o pessoal. Todo mundo jogou mal, embora ninguém tenha jogado tão mal quanto o Wagner Love. Love vinha jogando mal porque a bola não chegava. Agora joga mal porque a bola chega. Déri-Déri foi tarde. O estranho presente de mês inteiro de intratemporada foi jogado no lixo. A presente dado, ainda que estranho, não se repara o embrulho. Mas no Flamengo de Dona Patrícia tudo é embrulho. Enquanto o Zinho dava óbvia e cansativa entrevista para dizer coisa nenhuma, Dona Patrícia arrumava as malas,assobiando London, London. O Flamengo, bem, wandering round and round nowhere to go.

domingo, 22 de julho de 2012

UMA VEZ, SEMPRE

"Não tem tragédia" - diz a patricinha das piscinas. Quando deveria dizer, como Flaubert a propósito da Bovary, "a tragédia sou eu". Impeachment é termo estrangeiro que não cai bem em nossa língua. À época em que o Collor se comportou feito um ladrão de galinha, ninguém queria o tal impedimento. Impedimento frustra o gol. O PMDB do Ulysses não queria, o PSDB do FHC não queria, O PT do Genoíno não queria. Tudo documentado, tanto as galinhas quanto os que não queriam. É mais cômodo seguir o hábito. Pode colocar em risco a "governabilidade" e há sempre o ganho eleitoral adiante. Patricinha continua. Entre a cruz, a espada, as Olimpíadas e a reeleição num curral eleitoral mínimo. Lá longe, no campo, torço para que Paulo Victor, Muralha, Luiz Antônio e Adryan sejam titulares. O resto, mesmo que muito pouco, vai o que tem.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

o bando e seu bardo

Pra uns três é goleada, pra outros é só mico. Três é o número do mico de Déri-Déri no Flamengo. Déri-Déri diz que o Adryan deve entrar aos poucos no time. Aos poucos, na linguagem de Déri-Déri, é estar perdendo de pouco. Perder de pouco, na linguagem de Déri-Déri, é antes do terceiro gol. Depois, aí já pode colocar o Matheus. É o jeito de Déri-Déri lidar com os garotos. Enquanto isso, o meiocampo ia de Aírton, Ibson, Abreu e Botinelli. Se Botinelli e Abreu não armam time algum a favor, são craques em armar contra. 0x1, Botinelli. 0x2, Abreu. O pênalti do Aírton tem um endereço: a porta da rua. E uma alternativa: a porta do psiquiatra. Dar o estúpido calço no Sheik dentro da área nos cornos de Sua Senhoria já é, em si, diagnóstico. Aonde também devia ir o Ibson: tanto esforço para nenhuma produtividade. Paulo Victor foi o responsável por Déri-Déri permanecer no 3: onde era humanamente possível, fechou o gol. São 15 pontos e10 jogos; faltam 30 de um, 28 de outro. Quanto tempo mais vamos assistir ao time dos outros jogar contra um bando? O bando de Déri-Déri, em verdade, somos nós. No final, não vi se o Abreu reuniu o bando em uma rodinha no meio do campo. Nem a coletiva de Déri-Déri voltando a dizer que vê evolução. Como deve estar dizendo entre goles de cachacinha mineira o Ronaldinho: bando é bando.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

de sufoco e luta

Flávio Costa foi um técnico de renome. Déri-Déri é um técnico que fez o nome nos limites do estado e fez do paternalismo sua maior característica. Flávio Costa talvez lhe seja exemplo e inspiração, mas copia Flávio Costa no que Flávio Costa fez de pior. Flávio Costa botou o Gérson, um dos maiores potenciais de craque já surgidos na Gávea, para correr atrás de ponta. O resultado é que o Gérson foi ser craque, craquíssimo longe da Gávea. Os dois melhores jogadores de meiocampo do Flamengo são Luiz Antônio e Adryan. Déri-Déri os escala fora de posição. Um bota pra correr atrás de ponta, outro pra correr como ponta. Cabe torcer para que não acabem sendo craques longe do ninho. No mais foi menos: Paulo Victor voltou a ser o grande nome do time, Ibson voltou a ser um bom ator e a posição na tabela está mantida. Assim como minha torcida para que a garotada revitalize esse time.

sábado, 14 de julho de 2012

O Flamengo que ninguém quer somente os reservas querem

Olhar pro Flamengo hoje é ver Pati & sua Patota tatibitati. Faltam rumo e caráter. Pati anda às voltas com problemas de filiação partidária, ou seria infidelidade partidária, e talvez nem se dê conta do que anda acontecendo fora das piscinas da Gávea. Pode ser. Pode ser que interesses maiores e tão-só pessoais andem redirecionando sua atenção. O Flamengo é só trampolim. Esse Flamengo de Pati & sua Patota tatibitati é um Flamengo de reservas. Quando Cortes aparecia bem e dava sopa no Nova Iguaçu, Pati & Vandeco foram até lá de helicóptero e... Cortes foi para o São Paulo e, a seguir, para a seleção.  Pati trouxe para o Flamengo o resrva de Juan, que fora liberado. Não deu certo. Trouxe em seguida a sensaboria de rebolado do Magal e o resultado foi o que todos imaginavam. Agora traz o reserva do Corínthians. Juan, o grande e histórico zagueiro rubronegro, este um titular absoluto, recusa vir. Diego, um bom meia, recusa vir. Afinal, ambos são titulares e titular não joga em time de reserva. Ibson joga, uma vez que Ibson era reserva no Santos. Pati & a Patota tatibitati ficam; os cães, como eu, em vão ladram; a carruagem passa na direção do fim da tabela. Cabe torcer para que Paulo Victor, Luiz Antônio e Muralha sejam titulares, Adryen se aprume no time e Matheus venha a ser 1ª opção no banco. A esperança que ser ergue da lama que Pati e sua Patota deixaram avolumar no Flamengo.

domingo, 8 de julho de 2012

No fim do túnel uma luz de lanterna

O melhor jogador do meiocampo jogou improvisado na lateral. O garoto mais promissor entrou improvisado na posição que não é a dele. Seria também o técnico improvisado? O time, sem qualquer definição de jogada, perdeu pra outro que tem jogadas definidas. O Abreu não sai nem por decreto. Abreu só joga com a bola parada, o problema é que o jogo é de bola em movimento. O Ibson não sai nem por decreto. O Ibson é um estranho caso de absoluta ineficiência com enorme esforço. Vi mesmo o jogo. Fui ver de perto. Considero crime de lesa-pátria não assistir a um Flaflu. No fim fizeram uma rodinha pra demonstrar alguma coisa. Talvez solidariedade ao Abreu. Ou ao Ibson. Só sei que a coisa começa gravamente a enguiçar.

sábado, 7 de julho de 2012

F L A F L U

O Flaflu é tão clássico quanto os Irmãos Karamazov. O jogo mais cheio de cor, aquele que recebeu o maior público já registrado na história entre times, o que mais caracteriza uma cidade. A invenção silábica de Mario Filho foi a consagração definitiva. Houve Flaflus memoráveis. O Flaflu da Lagoa e o Flaflu de 63. O Flaflu do gol de mão e o do de barriga. Os Flaflus de Zico, sobretudo o em que o Galo fez 4 gols, e ainda o de sua despedida dos gramados (em que nos presenteou com uma de suas mais admiráveis cobranças de falta). Os Flaflus de Washington & Assis, o Flaflu do Carpeggiani (o gaúcho fez chover naqueles 4x0). O Flaflu do Cássio Sobrenatural de Almeida, como o teria chamado Nélson Rodrigues, em que a bola fingiu que ia mas não foi e no entanto acabou indo. O Flaflu do Botinelli, ainda outro dia. O Flaflu que sai do jogo e atravessa nossa vida. O Flaflu em que conheci a namorada italiana (usava uma camisa do Flu, que aceitou tirar e substituir, depois do jogo, pela do Flamengo que lhe dei de presente). Ou o Flaflu em que briguei com o amigo de infância tricolor (não deu tempo de fazer as pazes: ele saiu de campo antes do tempo regulamentar e foi assistir aos Flaflus que se seguiram lá em cima, no lance mais alto das arquibancadas, ao lado dos irmãos Rodrigues).

segunda-feira, 2 de julho de 2012

se queres um monumento, olha em volta

Fazer um time não jogar coisa alguma deve dar trabalho. Déri-Déri ontem parecia esgotado. Merece, além do busto, descanso. O Flamengo de Déri-Déri levou um sufoco danado do lanterna do campeonato. Paulo Victor voltou a ser o grande nome do jogo. Novamente garantiu os 3 pontos (e, importante não esquecer,  a entrada do garoto Adryan no 2º tempo). É preciso se agarrar a estes 3 pontos como o náufrago a uma bóia. Impressiona a inacreditável incapacidade de marcação desse time. Impressiona a inacreditável incapacidade de criação desse time. Um time impressionante este de Déri-Déri. O time, no entanto, é o exato reflexo do estado de coisas hoje na Gávea. Cara de um, focinho de outro. Eu fico a cá, lambendo o masoquismo de, ainda assim, ver todo jogo e torcer desesperadamente pelos 3 pontos cada vez mais inacreditáveis.