sábado, 30 de julho de 2011

O jogo que não deve acabar

Muito já se falou sobre o 5x4, no entanto é pouco. Muitas vezes já foram mostradas as imagens, o tape do jogo não pára de ser exibido na tv, o site do globoesporte não exibe simplesmente os melhores momentos mas a íntegra da antológica partida. Mas há sempre o lance novo, algo que havia passado despercebido, uma vez que a emoção traça sua própria encenação. Épico foi o adjetivo que mais ouvi e li a respeito do jogo. Épico remete à epopéia, a heróis, justamente quando se falava na desimportância do futebol brasileiro, na dúvida de o quão bom era o Neymar, na irremediável decadência do Ronaldinho. Pobre de nós e nossa imaturidade, somos um povo infantil, sempre à cata do que nos convença de que o que nos parece, deva ser. Estamos nunca à cata da realidade, mas da verossimilhança, qualquer figurinha geométrica que nos pareça razoavelmente bem montada temos o ímpeto de reproduzir. O jogo acabou, começa a ficar a lenda. Tudo que sobre ele for dito passa a ser real, uma vez que na lenda tudo cabe. Um fez chover, outro fez em plena noite o sol raiar. Foi tudo verdade. Ao jogo lendário, nada lhe pode ser aumentado. O drama, a comédia, a tragédia de quem não o viu. Ronaldinho e seu herdeiro. Ronaldinho, a síntese do esplendor do futebol brasileiro. A genialidade de Pelé, o maneirismo de Mané, a objetividade de Zico, o inacreditável repertório de dribles à Rivelino, à Canhoteiro, a inesgotável capacidade de toque de bola à Didi, à Geraldo. A intensidade, o entusiasmo com que disputou os 95 minutos do jogo da quartafeira histórica o trazem de volta ao centro das atenções, já que sua técnica, sobretudo seu irretocável estilo, estes nada ou ninguém pode furtar-lhe. Ou pode: imaginem se Ronaldinho tivesse levado o 3º cartão amarelo contra o Ceará?

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Quem já tinha visto gol de falta tão simples? Um chutinho fraco, aparentemente despretencioso, ainda que bem colocado. E se esse chutinho de nada bate em alguém da barreira? A vaia que Ronaldinho receberia, a reprovação talvez unânime. Futebol é coisa séria, a falta a um palmo da área, era só jogar por cima da barreira. Nossa sorte, rubronegros e não rubronegros, é que Ronaldinho está no degrau acima dos craques. Ronaldinho é gênio. Aquele que sabe que pode criar e, pedra de toque, cria. É preciso saber que pode tornar o sonho em realidade e preciso ousar para que isto aconteça. Ali estão toda sabedoria do toque de bola, toda a experiência de treino para ajustar o tempo, toda a malandragem de intuir o atalho, toda a ludicidade que se encontra no início de qualquer caminho para a realidade. Muito bom que o 11 alvinegro esteja ali a observar a ação do 10 rubronegro. A genialidade se aprende.














quinta-feira, 28 de julho de 2011

Agora que estou menos rouco

Flamengo 5x4 Santos, o resto é História. Quando estava 3x0 pros caras, o que impressionava era que nada parecia acabado. Não deu a vontade de mandar todo mundo à pqp e buscar outra coisa pra fazer. Vanderlei tem razão quando diz que, apesar do placar, o time estava bem. 1 gol se origina da tolice do Leo Moura e seu driblinho de gazela, outro da do Renato Abreu e sua vocação à Toninho Cerezo - o 3º gol foi uma obraprima do Neymar, não houve falha. O time nunca pareceu batido. Com o placar adverso, R10 driblou 2 e mandou rasteiro no canto, de canhota. O goleirinho foi buscar e mandou com a ponta dos dedos pra corner. Era o aviso que tinha jogo, que o que estava escrito no placar ia logo mudar. R10 chamou para si a responsabilidade. Quando o time parecia esmorecer, R10 surgia e surgia com o brilho de quem sabia o que fazer. Uma vez craque, sempre craque - exatamente como ser Flamengo. O moleque Luiz Antônio e o monstruoso Williams foram os grandes parceiros de R10 no reerguimento do entusiasmo do time. Ninguém partiu pra abraçar R10 depois do 1º gol, nem Thiago no 2º: os 2 pegaram a bola e, graves como convinha, foram botá-la na cao. Ainda tinha jogo. Ninguém teve vontade de criticar as embaixadinhas do Felipe porque todo mundo entendeu a resposta ao frustrado esculacho do Elano. Era parte do jogo. No 3º, o de empate, era para vibrar, mas o Deivid pediu pra não comemorar. O cabeçudo é doido. Será que não passou pela cabeçorra do Deivid que o Ibson ia esmurrar o ar caso fizesse um gol naquela altura dos acontecimentos? Parece que o Deivid e realidade não foram ainda apresentados um ao outro. Se o 1º tempo foi uma queda de braço entre R10 e Neymar, o 2º foi tão-só de R10. O problema foi o número de pagantes, 12 mil. Era jogo pra 50 mil, pra Pacaembu, pra Morumbi. Da mesma forma que provoca ímpeto assassino lembrar que não há Maracanã. Um Maracanã repleto capaz de a um só tempo proporcionar e se arregalar com uma festa para e de R10. O magnífico futebol brasileiro é capaz de enriquecer nosso repertório de beleza e de enriquecer os filhos da puta que o dirigem.

o único gênio em atividade no futebol

domingo, 24 de julho de 2011

VAI UM GORÓ AÍ?

Quem discute com bêbado já perdeu a discussão. O Pofexô mal viu o jogo porque alguma coisa que ele ouviu do bêbado lá em cima incomodou muito. O que muito incomoda esconde alguma verdade. E a verdade no jogo de ontem (em casa, mas lá longe) foi cristalina: o pofexô errou pra kct! Diego Maurício estava mal, mas sua presença e força em campo eram notadas. Quando saiu, o time nordestino entendeu o recado: abdicamos da força ofensiva. O Pofexô emasculou o time, deixando-o sem penetração. Só o joguinho viado de bolinha pra um ladinho e pro outrozinho. Claro que alguém precisava entrar no jogo e que alguém precisava sair. O nome era Botinelli. Sua presença não era notada em campo, a não ser pelo cara que fica anotando os erros do time. Só errou o argentino. Quando saiu, o Pofexô preferiu não ouvir a galera, já que só escutava o bêbado do andar de cima e o Adryan não entrou. O 1º tempo do time não foi grande coisa, mas houve atitude, posse de bola, suor. O 2º houve a empáfia do fraco que acha que já ganhou algo que só está no meio. Welinton foi vaiado pra caramba, embora 2/3 dessa vaia devia ser creditada ao Leo Moura. Cobrir o Leo Moura é atividade incessante, cansativa. O cara é lateral e se esconde da obrigação de marcar. Por vezes eram o Williams e o Luiz Antônio que iam marcar o lateral e o atacante nordestinos que caiam pela esquerda. Os caras só faziam jogo em cima do Leo Moura. A desculpa do moicano da 2 era ser peça imprescindível de ataque. Não mais. O cara virou uma nulidade. Mas o Pofexô não estava concentrado naquele jogo. Uma purrinha de bêbados talvez fosse melhor acompanhada pelo Pofexô. Tantos anos de janela e o Pofexô ainda sente ânsia de vômito na viagem. Não sei se há remédio pro time, pro Pofexô é dramin ou engov.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

ÉTICA É AZEITONA NA MINHA EMPADA

A bola é disputada entre Júnior César e um grandalhão de verde. O grandalhão cai em cima do lateral baixinho, que se contorce de dor. O lance segue, a posse de bola do Flamengo. Sua Senhoria interrompe a sequência da jogada para que o lateral seja atendido. No bola ao chão subsequente o Kleber dispara com a bola e, na cara do gol, dá um chute tão equivocado quanto sua idéia. Fairplay e goal são termos ingleses. Na Copa de 2006, na partida entre Portugal e Holanda, a bola estava com o Deco. Um português caíra e Sua Senhoria interrompeu a sequência da jogada. No bola ao chão subsequente, um holandês partiu pro jogo. Não teve muito tempo porque o tempo fechou. Felipão, técnico dos portugueses, ficou indignado com a ausência de fairplay. Xingou, sapateou, queria briga. Ontem, técnico do time de Kleber, Felipão não se indignou, nem xingou, ou partiu pra briga. Afinal, fairplay e goal são termos ingleses, ética funciona bem para os outros. A esperteza não pune. Caráter é algo distante das 4 linhas, especialmente fora das 4 linhas. Felipão é o cara que foi flagrado por um microfone aconselhando seu time a exercer o fairplay nos calcanhares dos adversários. Kleber não precisa de conselho algum. Está no lugar certo. Tem espírito de porco.

domingo, 17 de julho de 2011

I read the news today oh boy

Alex Silva. Bom zagueiro, com algumas características absolutamente rubronegras. O negócio já teve para acontecer, mas foi adiado. Parece que agora vai. Quem espera a reedição do milagre Fábio Luciano pode começar a torcer, mas o tipo de química que rolou entre Flamengo, o saudoso capitão e a galera é algo muito difícil. De toda forma, é pôr Jorge Ben Jor pra rodar: os alquimistas podem estar de plantão.

A Globo adiantou uma grana e a briga de foice começa a se instalar na Gávea. Vice-disso, presidente-daquilo, Capitão Léo, Sargento Garcia, Levy-que-não-é-Strauss, Veloso-que-não-é-Caetano, o pau comendo na casa de Noca. Vagner Love um não quer, Kléber outro vetou, bóra tentar o André, a farra dos empresários começa a oferecer um aqui, outro ali, Amauri lá longe. Parte da Gávea cabe inteira em Bangu. Não importa se I,II ou III.

Enquanto isso nossa Patricinha escondidinha, à espera das eleições que se avizinham. Não sei se ela tem preferência pelo Love ou por Brasília, mas o que vale é não se queimar. Afinal, somos milhões de votos.

O desmonte do time campeão da Copinha já começou. Bye gêmeos Alex e Anderson. Façam suas apostas. A minha é que em 3 meses o último saiu sem apagar a luz. E esta conta, como sempre, a galera paga.

terça-feira, 12 de julho de 2011

ECOS DO FLAFLU

O problema mais grave continua a ser a saída de bola. Leo Moura, durante bom tempo a única saída, erra tudo quanto tenta. A esta escolha equivocada de jogada os comentaristas profissionais chamam de "má fase". Pois é, recorramos ao clichê, Leo Moura está em má fase. Ainda bem, mas nem tanto, que na outra lateral já parece haver algum sinal de vida inteligente: Júnior César vem dando alguma opção de jogo. Na meiúca, ali onde a maior parte do jogo transcorre, um rumoroso silêncio. Ninguém é capaz de tocar uma única bola de primeira. Ali o jogo fica lento ou morre. É necessário R10 recuar para que se crie alguma coisa. Outro fato que contribui para essa absoluta falta de opção de jogo é o time achar que é melhor do que de fato é. Um toca pro outro, quando acerta o passe, e parece que se livra da incumbência de continuar a jogada. Dificilmente se coloca para receber de volta a bola e fazer o jogo evoluir. Um exemplo no Flaflu que foi a um tempo hilariante e irritante: Thiago Neves na intermediária pela direita tocou pro Leo Moura e deu as costas pro lance, foi lá para algum canto da área onde achou que a jogada o pegaria adiante, deixando o moicano da 2 contra o marcador e a consequente cobertura, ou seja um incômodo 2 contra 1 e Thiago lá adiante aguardando o Leo resolver a parada.




segunda-feira, 11 de julho de 2011

FLAFLUS SÃO UM AI, JESUS!

Toda vitória deve ser celebrada, mesmo as conquistadas como time pequeno feito ontem no Flaflu. 3 pontos são mais importantes do que qualquer corneta. Até porque fomos eliminados da Copa Brasil jogando melhor, bem melhor que o adversário. Em futebol não há merecimento, há vitória e na vitória no jogo de ontem salvaram-se poucos: Felipe com boas defesas, apesar do estilo espalhafatoso; o Júnior César pela esquerda, o Negueba pela direita; R10, que continua sendo a única opção de lucidez no ataque. Leio por aí que o R10 vive de lampejos. Tenho vistos os jogos errados, nos que vejo o Thiago Neves é quem vive de lampejos. Ontem teve um único, melhor pra todos que no lance capital da partida (como já fora no jogo anterior). Por ora é comemorar. Flaflu é Flaflu, sem viceversa.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

GOLAÇO! GOL DE TIME!

Leo Moura estica adiante na direita pro Negueba, que faz menção de matar a bola mas a deixa seguir até a linha de fundo. 3 bambis cercam o R10, agora centro-avante, dentro da área. Thiago Neves se desloca com rapidez pela meia direita atraindo seu marcador, um dos que marcavam o R10 e, como a posição era muito boa pro chute, outro que vigiava o Botinelli. Thiago vê atrás de si o argentino entrando na área e faz o inesperado corta-luz. O argentino, livre, tem o tempo suficiente para chutar bonito, rasteiro, no canto esquerdo do Ceni. O goleiro fez o que todos nós fizemos: olhou e torceu. Só que a nossa torcida era a favor do golaço. O Ceni merecia outro frango, mas ficou de bom tamanho assistir ao golaço do gringo.

sábado, 2 de julho de 2011

ABERTO PRA BALANÇO

O semestre ficou para trás. Foram 33 jogos: 2 amistosos na pré-temporada oficial, 9 jogos na pré-temporada oficiosa que atende pela simpática alcunha de Taça Gb, 10 jogos pelo returno do campeonato estadual simultaneamente a 5 jogos pela Copa BR e 7 jogos pelo iniciante Campeonato Brasileiro. Tão somente 1 derrota. E o considerável número de 9 empates. Nestes 33 jogos houve 9 clássicos (Botafogo, Vasco, Fluminense, Corinthians, Atlético MG). 2 conquistas: a Taça Gb e o consequente campeonato carioca, desta feita invicto. Os números são mais que razoáveis, o efeito destes némeros nem tanto. Houve momentos que o time se comportou como um time de fato e exibiu um futebol vistoso e eficiente. Passou cornetado a maior parte do tempo. O céu e o inferno são vizinhos. Felipe, Leo Moura, Williams, Thiago Neves e R10 tiveram algum destaque. Também houve destaques negativos. Entre um e outro o Abreu, líder natural do elenco. 4ªfeira o outro semestre se inicia. À luta, pois.